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09/12/2025

Good morning, Brasil.
Cada dia que passa, Brasília ganha novos capítulos, com as eleições de 2026 começando a sair do papel. Entre os destaques: o presidente do STF, Edson Fachin, defende a criação de um código de conduta para os tribunais superiores; Ciro Nogueira desembarca no Paraná para tentar desfazer a candidatura de Sergio Moro e selar uma aliança com Ratinho Júnior; e Flávio Bolsonaro afirma que sua candidatura é “irreversível” e que o sobrenome é uma vantagem sobre Tarcísio.
Lá fora, um deal que pode redefinir o futuro do entretenimento está provocando quase uma guerra civil em Hollywood. De um lado, a Paramount Skydance, impulsionada pelo capital e pela ambição de Larry Ellison. Do outro, a Netflix, que tenta consolidar sua posição como o principal player global do setor.
Aqui está o seu THE PAPER de hoje.
QUICK TAKES
📎 Read: Dias com videogame, shopping e dacha: Um ano após fuga da Síria, Assad vive protegido em Moscou como peça de barganha de Putin (O Globo)
▶️ Watch: Carlos Brito, ex-CEO da AB InBev: “Contratem as pessoas certas” (Stanford)
#️⃣ Stat: Dívida pública global encosta em 100% do PIB e deve ultrapassar o pós pandemia (Folha)
🧊 Ice Breaker: O “time de Hollywood” fecha novo acordo de investimento para participação minoritária (BBC)
ANTES DO SINO

Fechamento (08/12/2025) — 19:00
PAPER OF THE DAY
Guerra civil em Hollywood: a batalha pela Warner Bros. Discovery
O maior deal do ano?
O que parecia encerrado na sexta-feira (5) transformou-se, nesta segunda (8), em uma das disputas corporativas mais intensas da história recente dos Estados Unidos.
De um lado, a Netflix tenta consolidar seu domínio global adquirindo os estúdios e plataforma de streaming da Warner Bros. Discovery. Do outro, a Paramount Skydance lança uma oferta hostil pela empresa inteira, financiada por uma coalizão composta por capital privado, a família Ellison e fundos soberanos do Oriente Médio, em uma tentativa de redesenhar a estrutura de poder da indústria.

A jogada da Netflix
Na sexta-feira, a Netflix anunciou a aquisição dos ativos de Estúdios e Streaming da Warner Bros. Discovery por US$ 72 bilhões em equity, representando um Enterprise Value total de US$ 82,7 bilhões. Os termos específicos são:
US$ 23,25 em dinheiro + US$ 4,50 em ações Netflix por ação
Total: US$ 27,75 por ação
Prêmio de 121% sobre o preço de fechamento de 10 de setembro de 2025 (US$ 12,54)
A transação inclui Warner Bros. Pictures, HBO/Max e DC Studios, mas exclui deliberadamente CNN, Discovery e canais a cabo, que permanecerão como parte da "Discovery Global".
Um aspecto significativo é a multa de US$ 5,8 bilhões que a Netflix concordou em pagar caso o negócio seja bloqueado por autoridades antitruste. Isso representa 8% do valor total em equity, sendo um dos maiores reverse breakup fees da história corporativa. Esta é uma demonstração explícita de confiança da liderança Netflix na aprovação regulatória.
A Warner Bros., por sua vez, terá que pagar uma multa rescisória de US$ 2,8 bilhões caso seus acionistas rejeitem o acordo. Além disso, se eles aceitarem uma oferta concorrente, o novo comprador, na prática, será o responsável por essa multa.
A contraproposta da Paramount
Já na segunda-feira (8), a Paramount Skydance entrou para virar o jogo com uma oferta hostil pela Warner Bros. Discovery inteira, incluindo estúdios, streaming e TV a cabo, propondo US$ 30 por ação, 100% em dinheiro. O Enterprise Value total é de US$ 108,4 bilhões, representando uma diferença de US$ 25,7 bilhões acima da Netflix.
O financiamento revela uma coalizão sem precedentes: David Ellison como CEO (com respaldo total de seu pai, Larry Ellison, fundador da Oracle), o fundo Affinity Partners de Jared Kushner, e capital soberano do PIF da Arábia Saudita, QIA do Catar e L'imad Holding de Abu Dhabi. A Paramount oferece também US$ 54 bilhões em commitments de debt financiado por Bank of America, Citi e Apollo.
O que decide
Netflix oferece US$ 27,75 por ação, mas com risco regulatório alto: a empresa já domina o streaming, e absorver a Warner tende a ser visto como “monopólio” pelos órgãos antitruste.
Paramount oferece US$ 30 por ação (100% em dinheiro), mas, se o conselho aceitar, a WBD paga US$ 2,8 bilhões à Netflix para desistir do acordo, reduzindo o ganho real por ação. A vantagem da Paramount é estrutural: um superestúdio tradicional preocupa menos os reguladores — e ainda conta com o relacionamento de Trump com a família Ellison.
Agora, o conselho da Warner está na encruzilhada: de um lado, a Netflix traz um acordo “já assinado”, com uma multa de US$ 5,8 bilhões sinalizando confiança na aprovação, porém sob forte escrutínio antitruste; do outro, a Paramount oferece um preço mais alto em dinheiro e tese regulatória mais palatável, mas à custa de um financiamento geopoliticamente carregado, com capital do Oriente Médio e proximidade com Trump.
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A página de Charlie Kirk na Wikipédia foi o artigo em inglês mais acessado do site em 2025 (Sherwood)

MEMES SESSION
Reflexão motivacional para o fim de ano.

AGENDA
Segunda, 08/12: —
Terça, 09/12: Ofertas de Emprego (EUA)
Quarta, 10/12: IPCA (BRA); Taxa de Juros Selic (BRA); Taxa-alvo de Fundos Fed (EUA); Projeções FOMC (EUA)
Quinta, 11/12: Vendas no Varejo (BRA); Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (EUA)
Sexta, 12/12: Crescimento do Setor de Serviços (BRA); PIB (GBP)
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