Good morning, Brasil.

Hoje seria mais uma sexta-feira tranquila… Tirando a ressaca pós-feriado e o sell-off pesado lá fora.

A euforia com o resultado da NVIDIA durou pouco. Mesmo após números que surpreenderam o mercado na quarta-feira, o humor virou ao longo do dia e evaporou cerca de US$ 2 trilhões em market cap do S&P 500 em apenas cinco horas.

Por aqui, a pauta na Faria Lima continua sendo o Banco Master. Entre os relatos, rumores e debates sobre o impacto, a pergunta da semana também foi: “e aí, já baixou o app do FGC?”

Aqui está o seu THE PAPER de hoje.

QUICK TAKES

📎 Read: 'O medo realmente o motiva': Alex Karp, da Palantir, é o CEO mais assustador do mundo? (The Guardian)

▶️ Watch: O golpe de R$ 34 bilhões aplicado por uma chinesa (BBC Brasil)

#️⃣ Stat: O número de milionários continua a aumentar (Statisa)

🧊 Ice Breaker: O 'Retrato de Elisabeth Lederer', de Klimt, é vendido por US$ 236,4 milhões, tornando-se a obra de arte moderna mais cara já leiloada (NBC)

ANTES DO SINO

PAPER OF THE DAY

Como “vão” as criptos?

As últimas semanas não têm sido fáceis para os crypto guys. Depois do Bitcoin alcançar mais de US$ 120 mil no início de outubro, a moeda devolveu quase 30%, voltou para abaixo dos US$ 90 mil e apagou todos os ganhos do ano, um movimento que tirou mais de US$ 1 trilhão de valor do mercado cripto em poucos semanas.

O principal motor da alta no começo de 2025, os ETFs, viraram a mão. O ETF IBIT, da BlackRock, por exemplo, registrou em 18 de novembro uma saída recorde de US$ 523,2 milhões. Com o preço voltando para perto da média de entrada (~US$ 90 mil), parte dos investidores institucionais ficou no famoso “zero a zero”.

A queda rápida rompeu zonas de suporte e ativou uma onda de liquidações forçadas. Em 14 de novembro, mais de US$ 1 bilhão em posições alavancadas foram liquidadas ao longo de 24 horas.

• Foi o típico “efeito dominó”: queda → stop → queda → mais stop e por aí vai.

Ou seja, sem fluxo, não tem rali.

No macro, o Federal Reserve, que havia animado o mercado com um corte de 25 bps em outubro, esfriou as expectativas de novos cortes em dezembro. Em um ambiente de juros altos por mais tempo, ativos de risco perdem tração. A correção em big techs e empresas de AI reforçou a aversão ao risco. E com menos liquidez, o Bitcoin perde um de seus principais combustíveis.

A correção recente também bateu diretamente em empresas que carregam o Bitcoin em caixa, e duas histórias se destacam neste ciclo.

• A Strategy Inc. continua sendo o maior “proxy de Bitcoin” na bolsa americana. A empresa detém cerca de 649.870 BTC, com custo médio próximo de US$ 74 mil, e voltou às compras na semana anterior à queda mais forte, adicionando 8.178 BTC a um preço médio acima de US$ 100 mil. A ação segue funcionando como um “BTC alavancado”, amplificando os movimentos do preço, para cima e para baixo.

• No Brasil, o player é a Méliuz , que iniciou sua estratégia em março de 2025 ao comprar 45,73 BTC por US$ 4,1 milhões. Nos meses seguintes, realizou duas grandes aquisições: 274,52 BTC em maio e 275,43 BTC em junho, ampliando a posição para cerca de 604 BTC em setembro, com preço médio de ~US$ 103 mil.

Com o Bitcoin de volta à região dos US$ 90 mil, parte da posição fica temporariamente abaixo do custo, o que reacende o debate sobre volatilidade em tesouraria, mas marca um avanço relevante da adoção corporativa no país.

E enquanto o Bitcoin derrete, o Brasil também vive um dos movimentos regulatórios mais relevantes desde o início das criptomoedas no país. O Banco Central publicou recentemente as Resoluções 519, 520 e 521, criando uma licença específica para prestadoras de serviços de ativos virtuais, elevando as exigências de governança, transparência e capital, e formalizando o uso de cripto no mercado de câmbio. De acordo com o BC, as regras entram em vigor em 2 de fevereiro de 2026, e as empresas terão nove meses, a partir dessa data, para se adequar às novas exigências.

As novas regras incluem:

• Capital mínimo elevado, entre R$ 10,8 milhões e R$ 37,2 milhões, dependendo da atividade

• Segregação patrimonial e prova de reservas, com auditoria obrigatória, aumentando a segurança do usuário.

• Inclusão de stablecoins no mercado de câmbio, ampliando o alcance regulatório.

• Restrições à relação com exchanges estrangeiras não autorizadas, criando na prática um circuito mais fechado para operações internacionais.

• Exigência de reporte detalhado de transações, inclusive transferências de/para carteiras próprias

A Receita Federal também atualizou as regras de declaração de criptoativos, e aumentou os limites de dispensa de R$ 30.000 para R$ 35.000.

Ou seja, o movimento aumenta a segurança para o investidor, mas eleva custos, reduz a competição entre exchanges e fortalece o controle sobre fluxos de capitais digitais no país.

That’s all, HODL

HEADLINES

World Big News:

• Zelensky concorda em negociar o plano de paz de Trump para a Ucrânia (Axios)

• Payroll: EUA criam 119 mil vagas em setembro, após shutdown (CNN)

• Elon Musk retorna à Casa Branca em jantar com Cristiano Ronaldo e Trump (Bloomberg Línea)

• As relações entre China e Japão se deterioram após os comentários de Takaichi sobre Taiwan desencadearem uma tempestade diplomática (The Diplomat)

• Japão admite reativar a maior central nuclear do mundo (Correio da Manhã)

Governo, Tesouro, BC e Brasília:

• Lula indica Jorge Messias para a vaga de ministro do STF no lugar de Barroso (g1)

• Presidente do FGC avalia lições do caso Master: “Talvez seja hora de dividir a conta de outro jeito” (Neofeed)

• Banco Master recebeu investimentos de 18 fundos previdenciários de estados e municípios (O Globo)

• MPF: BRB é cúmplice de crimes contra sistema financeiro e patrimônio do DF (UOL)

Central de Resultados:

• Os resultados da Nvidia no 3° tri superaram as estimativas e a previsão de vendas para o 4° tri também está bem acima das expectativas (Sherwood)

• Walmart supera estimativas de Wall Street e eleva previsão de vendas (Sherwood)

Faria Lima, Leblon, Wall Street:

• Vale levanta US$ 750 milhões em bond híbrido (Brazil Journal)

• O papel das corretoras na venda de CDBs do Master, ‘com FGC’ (Valor)

• Entenda a crise do Grupo Mateus por trás de erro bilionário no balanço (Times Brasil)

• XP contrata quatro executivos em Miami para a área de private banking (Bloomberg Línea)

• EUA acusam oito homens por participação em uma rede global de insider trading (The Straits Times)

• Kering precisa reduzir seu tamanho, diminuir a exposição à Gucci e buscar sinergias, afirma CEO (Reuters)

Economia Real e Commodities:

• Trump zera tarifas de 40% sobre importações de carne e café do Brasil (CNN)

• Americanas e Magalu fecham acordo de integração para vendas (Bloomberg Línea)

• Distribuidoras de combustíveis apuram alta em volumes comercializados após Carbono Oculto (Fecombustíveis)

• Após trégua comercial, China faz maior compra de soja dos EUA em dois anos (Exame)

Tech, Silicon Valley, Startups, Criptos, VC:

• Investidores enfrentam crise de liquidez de fundos de capital de risco (TechCrunch)

• Nenhuma empresa está imune se a bolha da AI ​​estourar, afirma o CEO do Google (Reuters)

• xAI de Musk está em negociações avançadas para levantar US$ 15 bilhões e atingir uma avaliação de US$ 230 bilhões (Reuters)

• A Brookfield lança um programa de infraestrutura de IA de US$ 100 bilhões com a Nvidia e o fundo soberano do Kuwait (Sherwood)

• Arábia Saudita lidera investimento US$ 900 milhões em uma empresa de geração de vídeos com AI (The Hollywood Reporter)

• União Europeia cede à pressão das grandes empresas de tecnologia (The Verge)

• El Salvador anuncia compra de bitcoin apesar de acordo com o FMI (InvestNews)

Deals, M&A e Private Equity:

• AB InBev 'perto de comprar a BeatBox' (Just Drinks)

• Pátria levanta R$ 877 mi em bloco de ações da Smartfit (Pipeline Valor)

• Patria negocia fundos listados da RBR em transação de R$ 400 mi (Metro Quadrado)

• Motiva, ex-CCR, vende 20 aeroportos para mexicana Asur por R$ 11,5 bi (CNN)

• Compra bilionária da Skechers pela 3G Capital é contestada por investidores na Justiça dos EUA (InvestNews)

• A Lufthansa entra na disputa pela participação na TAP contra a Air France-KLM (Yahoo Finance)

GRÁFICOS DO DIA

A euforia com os resultados da NVDIA durou pouco. Michael Burry estava certo?

• “Ainda bem que aqui estava fechado”, diz o estagiário.

MEMES SESSION

Perderam até o corrimão…

AGENDA

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