22/12/2025

Good morning, Brasil.

Semana de Natal, liquidez reduzida e muita gente já fora das telas. Aproveite os próximos dias com a família. O mercado também deve operar em ritmo mais lento.

No Brasil, alguns destaques: o processo contra Joesley Batista por suposta manipulação de preços de ações foi extinto após prescrição; a comissão mista do Congresso aprovou o Orçamento de 2026 com previsão de superávit primário de R$ 34,5 bilhões; e investigações apontam que empresas suspeitas de lavar dinheiro do PCC mantêm R$ 584 milhões em contratos com prefeituras de São Paulo.

No Paper of the Day de hoje, fazemos um overview dos casos que mais impactaram o investidor pessoa física em 2025. No fim das contas, a pergunta é simples e incômoda: de quem é a culpa?

Aqui está o seu THE PAPER de hoje.

📎 Read: Brasil “sai” melhor que a encomenda. O que esperar de 2026? (Neofeed)

▶️ Watch: Por dentro da pior crise da história da Nike (Search Party)

#️⃣ Stat: Mais ricos ganham quase quatro orçamentos do Bolsa Família em benefícios do governo (BBC Brasil)

🧊 Ice Breaker: Irmãs sauditas que comandam ‘império’ de US$ 50 bi são elo entre Wall Street e Riad (Bloomberg Línea)

ANTES DO SINO

Fechamento 19/12/2025 — (19:00)

PAPER OF THE DAY

A bolsa subiu, e mesmo assim muita gente perdeu dinheiro em 2025

Se alguém resumisse 2025 olhando apenas para o gráfico da bolsa, a conclusão seria simples: foi um bom ano. O índice subiu, o mercado voltou a falar de risco e parte das teses que estavam engavetadas começou a destravar. Mas, para uma grande parcela do investidor pessoa física, a sensação foi oposta.

Ao longo do ano, dois produtos diferentes, mas vendidos com uma lógica parecida, começaram a estourar: COEs ligados a crédito corporativo e CDBs de bancos médios, com o caso do Banco Master virando um símbolo desses acontecimentos. A partir daí, o investidor percebeu que não estava diante de episódios isolados, mas dentro de um “padrão da indústria”.

Os eventos do ano:

Os COEs atrelados às dívidas da Ambipar e da Braskem foram os primeiros choques. Produtos vendidos como alternativas “sofisticadas” de renda fixa passaram a registrar perdas severas, em alguns casos, cerca de 90% do capital investido. Para quem comprou acreditando estar exposto a algo próximo de um CDB turbinado, o impacto foi brutal.

Quase em paralelo, veio o segundo baque: a liquidação do Banco Master. Os CDBs que pagavam taxas muito acima da média e eram amplamente distribuídos nas plataformas passaram do status de “oportunidade” para o de dor de cabeça.

  • COE e CDB são instrumentos diferentes, mas em 2025 eles encontraram os mesmos pontos fracos: crédito em um ambiente de juros altos, pouca margem de erro e estruturas que prometiam retornos acima da média.

Assim, a discussão deixou de ser apenas sobre “qual produto quebrou” e passou a ser por que tantos investidores estavam concentrados justamente nesses produtos.

No caso dos COEs, muita gente só entendeu depois que eles são um “envelope”:

O risco não está no nome em si, mas no ativo que sustenta a estrutura. E, diferentemente de títulos tradicionais, o COE não tem FGC, costuma ter liquidez limitada e dependendo da estrutura pode carregar uma assimetria importante: o investidor participa pouco do ganho e pode participar da perda se o “evento errado” acontecer.

No caso do Banco Master, o aprendizado foi outro: enquanto o produto era vendido com “garantia do FGC”, os investidores descobriam na prática que ele tem limite.

  • Esses dois episódios juntos fizeram algo “importante” para a indústria: colocaram luz sobre a forma como os produtos chegam à pessoa física.

Grande parte dessas aplicações foi distribuída em um modelo que remunera melhor quem vende determinados produtos, independentemente do que acontece depois. Quando um produto paga mais comissão do que outro, ele naturalmente ganha espaço na prateleira, nas campanhas internas e na conversa com o cliente. O incentivo está no ato da venda, deixando o risco com o investidor.

Essa discussão ainda está longe de acabar, mas talvez essa seja a principal herança do ano para o investidor:

O entendimento de que, em mercados cada vez mais sofisticados, não basta olhar para retorno prometido ou para o selo de “produto conservador”. É preciso entender a estrutura, o incentivo e o cenário em que aquele investimento realmente funciona e, principalmente, em quais situações ele deixa de funcionar.

E no final do dia, se todos esses casos acontecerem em grande escala e afetaram milhões de investidores, de quem é a culpa?

HEADLINES

World Big News:

  • BC do Japão eleva taxas de juros para maior nível em 30 anos (CNN Brasil)

  • Em cúpula do Mercosul, Milei defende pressão de Trump sobre a Venezuela e chama Maduro de 'narcoterrorista' (O Globo)

  • UE aprova empréstimo de € 90 bilhões para a Ucrânia, sem congelamento de ativos russos (France24)

  • Sob pressão de França e Itália, UE adia assinatura de acordo comercial com Mercosul (Bloomberg Línea)

Governo, Tesouro, BC e Brasília:

  • PF faz operação contra desvio de cotas parlamentares; deputados do PL são alvo de mandados de busca (g1)

  • Lula diz que vai dar 'surra' nas eleições em quem acha que extrema direita volta em 2026 (Folha)

  • Processo contra Joesley Batista por suposta manipulação de preço de ações é extinto após prescrever (Estadão)

  • Comissão mista aprova Orçamento de 2026 com previsão de superávit primário de R$ 34,5 bilhões (Valor)

  • Empresas investigadas por lavar dinheiro do PCC têm contratos de R$ 584 mi com prefeituras de SP (Revista Oeste)

Faria Lima, Wall Street, Euro, Ásia:

  • Nike não consegue conter a queda nas margens de lucro em meio a tarifas e reestruturação (Reuters)

  • No dividendo de R$ 1,49 bilhão da Riachuelo, família Rocha vai levar 75% (InvestNews)

  • Inadimplência cresce em FIDCs de crédito pessoal. E isso pode ser apenas o começo (Neofeed)

  • Mercados emergentes entram em 2026 com expectativas elevadas após ano forte (Valor)

Economia Real e Commodities:

  • Petrobras e Braskem assinam novos contratos de longo prazo de US$ 18 bilhões (InvestNews)

  • BNDES pode participar de solução para Raízen (Pipeline Valor)

  • Da picanha ao frango: juro alto aperta o carrinho do supermercado (InvestNews)

  • Adiamento de acordo Mercosul-UE acende alerta em lideranças do agro brasileiro (Globo Rural)

Tech, Silicon Valley, Startups, Criptos, VC:

  • O aplicativo móvel ChatGPT atinge um novo marco de US$ 3 bilhões em gastos do consumidor (TechCrunch)

  • Operação Bluebird quer trazer o 'Twitter' de volta à vida (WIRED)

  • Produzido em Taubaté, protótipo do carro voador da Embraer faz 1º voo no interior de SP (g1)

  • Por que a valorização de 55.000% das ações desta empresa na Índia está alimentando temores de uma bolha de AI? (The Times of India)

Deals, M&A e Private Equity:

  • Kinea compra participação minoritária na Winity Telecom, do Pátria (Pipeline Valor)

  • ByteDance, da China, assina acordo para formar joint venture em uma tentativa de evitar a proibição do TikTok nos EUA (Reuters)

  • Starbucks a Burger King: gigantes ocidentais do setor alimentício estão vendendo participações significativas para fundos de private equity chineses (CNBC)

GRÁFICO DO DIA

Desempenho em 2025:

  • Prata: 130%

  • Ouro: 65%

  • Cobre: ​​35%

  • Nasdaq: 20%

  • S&P 500: 16%

  • Russell 2000: 13%

  • BTC : -6 %

  • ETH: -12%

  • Altcoins: -42%

O mercado de criptomoedas é agora oficialmente o ativo com pior desempenho em 2025.

Gráfico: Bull Theory

MEMES SESSION

Haverá sinais…

AGENDA

Segunda 22/12: PIB (GBP); PCE (EUA)

Terça 23/12: IPCA-15 (BRA); PIB (EUA); Confiança do consumidor (EUA)

Quarta 24/12: Pedidos iniciais seguro desemprego (EUA)

Quinta 25/12: Natal

Sexta 26/12:

THE PAPER // THAT'S ALL, FOLKS

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