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24/11/2025

Good morning, Brasil.
Mais uma segunda-feira pós-feriado… Respira fundo e vamos de novo. Entramos oficialmente na reta final do ano: falta um mês para o Natal! E, só para te lembrar, esta semana ainda tem Thanksgiving nos EUA e Black Friday — ótima chance para garantir o seu presente de fim de ano.
Lá fora, os mercados seguem voláteis e sem direção clara, operando em modo “Extreme Fear”. O Bitcoin permanece abaixo dos US$ 90 mil, alimentando a ansiedade de quem acompanha o mercado cripto.
Na edição de hoje, trazemos um deep dive sobre um movimento que tem ganhado cada vez mais força e a atenção dos investidores: os deals bilionários dentro do esporte. Um mercado que deixou de ser “apenas” entretenimento para se consolidar como uma verdadeira classe de ativo.
Aqui está o seu THE PAPER de hoje.
QUICK TAKES
📎 Read: A onda de executivos que trocam empresas por ligas e clubes esportivos (InvestNews)
▶️ Watch: Por que o Paraguai está atraindo tantos brasileiros? (Fernando Ulrich)
#️⃣ Stat: Quanto vale o Real Madrid? O clube quer descobrir – e pode vender 5% para isso (InvestNews)
🧊 Ice Breaker: Quadro de Frida Kahlo é vendido por US$ 54 milhões, bate recorde da artista e vira obra de arte mais cara pintada por uma mulher (g1)
ANTES DO SINO

Fechamento: 21/11/2025 — (18:30)
PAPER OF THE DAY
A Fórmula 1 como classe de ativo
A Fórmula 1 segue no centro do radar dos investidores globais. Depois de anos sendo um esporte caro e pouco lucrativo, o grid virou uma classe de ativo disputada por bilionários, fundos soberanos e private equity. E a movimentação da última semana — a venda de parte da participação de Toto Wolff na equipe Mercedes — reforça exatamente essa tese.
Toto vendeu 15% da sua holding (MIL), equivalentes a 5% da Mercedes-AMG Petronas F1, para o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, por US$ 300 milhões. A operação avalia a equipe em US$ 6 bilhões, segundo a Forbes. Para comparação: em 2013, quando Wolff entrou na equipe, a Mercedes valia cerca de US$ 165 milhões.
Mas o ponto não é só o negócio em si, mas as razões que fazem esses deals ganharem cada vez mais relevância.

Imagem: Motorsport
O case da McLaren
O deal mais recente de grande escala foi o da McLaren, em setembro.
O fundo soberano do Bahrein (Mumtalakat) e o grupo de Abu Dhabi (CYVN) compraram os 30% restantes da equipe que estavam nas mãos da MSP Sports Capital. A operação avaliou a McLaren em cerca de US$ 5 bilhões.
Esse deal gerou um dos maiores retornos no esporte para um fundo de investimento:
Em 2020, no auge da crise do COVID, a McLaren Racing valia “apenas” US$ 750 milhões.
Cinco anos depois, trouxe um retorno de quase x7 vezes para o fundo MSP Sports Capital.
Esse salto veio de uma combinação de resgate financeiro, reestruturação comercial liderada por Zak Brown e performance esportiva. A equipe foi a campeã dos construtores em 2024 e já se consagraram campeões novamente neste ano antes mesmo da temporada acabar.
A McLaren mostra como a F1 deixou de ser apenas um “centro de custo” para as equipes e montadoras e virou um negócio escalável, com receita previsível, rentabilidade crescente e com escassez extrema (apenas 11 equipes a partir de 2026).
Mas por que fundos e bilionários estão entrando na F1?
Os drivers são claros:
1. Teto de gastos: Desde 2021, o cap de US$ 135 milhões transformou times deficitários em negócios lucrativos. Hoje, mais da metade das equipes dá lucro, algo impensável há dez anos.
2. Explosão de audiência: Netflix, corridas em quase todos continentes e conteúdo digital levaram a F1 para outro patamar. Os direitos de mídia nos EUA acabaram de ser adquiridos pela Apple em um contrato de 5 anos avaliado em US$ 750 milhões (US$ 150 milhões anuais), representando aumento de 67% sobre o acordo anterior com a ESPN.
3. Patrocínios recordes: As equipes somaram quase US$ 3 bilhões em patrocínio em 2025. Só a McLaren tem 53 parceiros comerciais e possui o maior portfólio entre as equipes da F1.
4. Valuations em crescimento: Com grid fechado, a lógica de valor se aproxima de franquias como NFL ou NBA. A nova lista da Forbes de 2025 mostra:
Ferrari: US$ 6,5 bi
Mercedes: US$ 6,0 bi
McLaren: US$ 4,4 bi
Red Bull Racing: US$ 4,35 bi
Aston Martin: US$ 3,2 bi
5. Narrativa de longo prazo: 2026 traz nova era de motores, maior dependência de elétricos e potência híbrida. Isso reforça o interesse de players de tecnologia e mobilidade, como AWS, Audi e grupos do Oriente Médio.
O que a venda de Toto diz sobre o momento do esporte:
O movimento dele é racional:
Ele realiza parte de um ganho relevante;
Reduz a concentração de patrimônio;
Traz para perto um sócio que já estava no ecossistema tecnológico da equipe;
E continua no comando.
Não muda a governança, não altera a liderança e não indica saída. Mas reforça a tendência: a F1 virou um produto diversificado, em caminho financeiro sustentável e com valuations comparáveis às maiores franquias esportivas do mundo.
Os movimentos como o da McLaren e Mercedes sinalizam que novos deals devem acontecer nos próximos anos, especialmente com a entrada da Audi e GM/Cadillac em 2026 e com os grandes fundos de investimentos ampliando a presença no esporte.
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AGENDA
Segunda, 24/11: —
Terça, 25/11: Investimento Estrangeiro Direto (BRA); Vendas no Varejo (EUA); Confiança do Consumidor (EUA)
Quarta, 26/11: IPCA-15 (BRA); PIB 3°tri (EUA); PCE (EUA)
Quinta, 27/11: IGP-M (BRA); Feriado Dia de Ação de Graças (EUA)
Sexta, 28/11: Dívida Bruta/PIB (BRA); Taxa de Desemprego (BRA); Dia de Ação de Graças - Encerramento mais cedo às 13:00 (EUA)
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