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30/12/2025

Good morning, Brasil.
Último Good Morning do ano!
Hoje teremos um encontro entre Vorcaro e a Polícia Federal em Brasília, mais um capítulo do que deve render muita discussão em 2026.
No Paper of the Day, trouxemos um retrospecto dos temas que mais mexeram com os mercados em 2025: volatilidade extrema, crises institucionais e grandes valorizações em diversas classes de ativos.
Por fim, desejamos um excelente Ano Novo! Muito obrigado por acompanhar o THE PAPER até aqui.
Aviso: Não teremos edição nos dias 31/12 e 01/01. Voltamos no dia 02.
Aqui está o seu THE PAPER de hoje.
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📎 Read: O mundo no cheque especial: quando a dívida pública vira um problema global (InvestNews)
▶️ Watch: Escândalo do Master só piora, STF intervindo no Bacen, onde vamos parar? (Fernando Ulrich)
#️⃣ Stat: M&As movimentam US$ 4,5 trilhões em 2025 (Pipeline Valor)
🧊 Ice Breaker: Rolex tenta vencer os revendedores de relógios em seu próprio jogo (WSJ)
ANTES DO SINO

Fechamento 29/12/2025 — (19:00)
PAPER OF THE DAY
O ano do ouro
2025 foi o ano em que quase tudo aconteceu ao mesmo tempo: tarifaço dos EUA, AI virando arma geopolítica e criando distorções no mercado, juros de 15% no Brasil… e, no meio disso tudo, bolsas em alta e metais preciosos vivendo talvez o melhor ciclo em décadas. Se você olhar o ano só pelas cotações do ouro, Bitcoin e ativos brasileiros, já dá para contar boa parte da história.
1. Ouro, prata e índices
Os metais preciosos foram os grandes protagonistas de 2025. A prata disparou quase 150%, o ouro subiu mais de 60% e platina e paládio também tiveram altas astronômicas no ano. Apesar da forte correção ontem, esses metais vão encerrar o ano como os grandes destaques do mercado.
Ao mesmo tempo, o que se viu nas bolsas também foi relevante:
Ações globais: Coreia do Sul (+85%), Peru (+87%), Grécia e Espanha (+75%) entregaram retornos que poucos imaginavam factíveis.
Estados Unidos: o S&P 500 fez 38 topos históricos, com o Nasdaq 100 avançando cerca de 22%, embalado pela narrativa da Inteligência Artificial ao longo do ano.
Brasil: medido em dólares, o mercado acionário brasileiro subiu perto de 38% no ano, um retorno excelente para quem topou volatilidade e o risco político.
Em outras palavras: em 2025, quem combinou metais + ações surfou dois grandes ciclos ao mesmo tempo.
2. Bitcoin e petróleo, os “perdedores” do ano
Do outro lado, o destaque negativo foi justamente o ativo que, nos últimos anos, virou sinônimo de “reserva de valor”.
O Bitcoin termina 2025 com queda de cerca de 6% em dólares, mesmo depois de ter marcado um topo histórico na casa de US$ 126 mil em outubro. Um detalhe importante: foi a primeira vez desde 2011 que o ouro sobe forte enquanto o Bitcoin cai no ano.
Ao mesmo tempo, o petróleo (Brent e WTI) recuou algo entre 17% e 19%, afetado por preocupações com demanda global, reorganização de cadeias de energia e impacto indireto da guerra comercial.
3. EUA: tarifaço, DOGE e um déficit que não vai embora
Nos Estados Unidos, o retorno de Donald Trump veio acompanhado do “tarifaço”: um pacote de tarifas de importação anunciado em abril que balançou as bolsas no curto prazo.
Na prática:
O choque foi menos inflacionário que o previsto, porque muita coisa foi renegociada, reduzida ou simplesmente não chegou a ser implementada da forma que era esperada.
O tão comentado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), capitaneado por Elon Musk, falhou em entregar o corte de US$ 2 trilhões em gastos. As economias reais ficaram perto de US$ 200 bilhões, enquanto o déficit fiscal seguiu na casa dos US$ 2 trilhões e a dívida ultrapassou a marca de US$ 38 trilhões.
Na geopolítica, Trump não conseguiu encerrar de fato os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, apesar dos avanços.
4. China, DeepSeek e a guerra da inteligência artificial
A China lançou um modelo de AI que foi descrito como um “momento Sputnik” para o setor. Isso reforçou a estratégia chinesa de focar em:
Manufatura de alta tecnologia, com destaque para os carros elétricos (BYD à frente);
Uso do monopólio de terras raras como instrumento de barganha nas guerras tarifárias com os EUA.
Foi mais um lembrete de que AI não é só uma corrida de produtividade, é também uma corrida de poder geopolítico.
5. Brasil: fiscal no acelerador, BC no freio
No Brasil, 2025 pode ser resumido em uma fórmula: acelerador no fiscal, freio no monetário.
A Selic foi levada a 15% ao ano para tentar reancorar uma inflação acima da meta de 3% e conter um câmbio extremamente volátil.
O dólar começou o ano acima de R$ 6,00 e recuou até perto de R$ 5,27 em novembro, antes de voltar a subir com o aumento das incertezas políticas no fim do ano.
Do lado real, o país cresceu mais do que se esperava no começo de 2025, mas à custa de um ambiente de crédito apertado e prêmio de risco alto na parte longa da curva.
(As conversas eleitorais e políticas ficam para 2026)
6. Argentina: Milei, câmbio e o apoio explícito de Washington
Na Argentina, Javier Milei conseguiu uma vitória relevante nas eleições parlamentares, ganhando tração política para avançar em reformas trabalhistas e privatizações a partir de 2026.
O fato inédito foi o apoio direto do Tesouro americano, que interveio no mercado de câmbio comprando pesos para estabilizar a moeda argentina e dar sobrevida ao governo aliado. Em um continente acostumado a ver o FMI como o “bombeiro oficial” das crises, 2025 marcou o ano em que os EUA entraram na história de forma muito mais explícita.
Para 2026, o mapa já começa rascunhado: eleições brasileiras no horizonte, continuidade da guerra tecnológica entre EUA e China, Milei testando seu limite na Argentina e incertezas sobre os desfechos dos conflitos no leste europeu e oriente médio.
P.S. Claro que dezenas de outros assuntos extremamente relevantes também acontecerem, mas no cenário econômico, esses foram alguns dos principais destaques.
Para aprofundar em todos esses temas: Retrospectiva 2025 e o que esperar para o ano que vem (Fernando Ulrich)
HEADLINES
World Big News:
'Trump descartou Bolsonaro porque não suporta perdedores', diz ex-embaixador dos EUA (BBC)
Rio Tinto e Fortescue mudam referência de preço de ferro vendido à China (Bloomberg Línea)
Bulgária se prepara para a chegada do Euro em meio a entusiasmo e ceticismo (Reuters)
Rússia afirma que a Ucrânia tentou atacar a residência de Putin, mas Kyiv diz que Moscou está mentindo (Reuters)
Governo, Tesouro, BC e Brasília:
PF ouve Vorcaro antes de acareação sobre tentativa de venda do Master (Veja)
Ex de Toffoli atua para J&F e CSN e vê processos no STF e STJ subirem 140% após posse (Estadão)
Oficiais de Justiça procuram liquidante do Master na sede do banco (Folha)
Lula avalia compra de novo avião presidencial após três incidentes, mas aliados temem desgastes em ano de eleição (O Globo)
Governo quer retomar a discussão sobre o fim dos títulos isentos e debater alguns aspectos da tributação das empresas em 2026 (O Globo)
Faria Lima, Wall Street, Euro, Ásia:
O desempenho recorde das ações da GM supera o da Tesla, Ford e outras montadoras em 2025 (CNBC)
Fundador da Lululemon, Chip Wilson, inicia uma disputa por procuração para reformular o conselho administrativo (WSJ)
Nike tenta ressuscitar a clássica linha Total 90 para a Copa do Mundo, mas esbarra em disputa pela marca (InvestNews)
Justiça mantém multa milionária contra JHSF e Prefeitura de SP por condomínio de luxo (Folha)
CVM inicia julgamento de ex-diretor do IRB em caso de rumor sobre Berkshire (InfoMoney)
Economia Real e Commodities:
Campo de Marte trava disputa com Congonhas por conflito de rotas (Valor)
Bets ilegais são 40% do mercado, e setor vira alvo do governo na questão fiscal. Com 27,5 milhões de apostadores, país está entre os "Top 5" no mundo(O Globo)
A inadimplência no setor agro deu um salto em 2025, superou 3% de todo crédito rural ativo no país em novembro e machucou as carteiras dos principais bancos do país (Globo Rural)
Tech, Silicon Valley, Startups, Criptos, VC:
Por que o cofundador do WeTransfer está criando outro serviço de transferência de arquivos? (TechCrunch)
Softbank vai comprar a empresa de data centers DigitalBridge por US$ 4 bilhões em uma iniciativa voltada para inteligência artificial (CNBC)
Até mesmo as empresas que fabricam robôs humanoides acham que eles são superestimados (WSJ)
Meta vai adquirir a startup chinesa Manus para impulsionar recursos avançados de AI (Reuters)
Deals, M&A e Private Equity:
Após investir no Brasil, General Atlantic aposta no futebol mexicano antes da Copa de 2026 (InvestNews)
Apex compra Potenza, Redoma e quer ser o IB das “onças brasileiras” (Pipeline Valor)
V.tal adquire a Um Telecom (TELETIME)
GRÁFICO DO DIA
O ano em uma imagem:

MEMES SESSION
Para fechar: Daqui aqui anos vão montar um fundo para jogar da Mega Sena (LatAm Reports)

E sim, isso já aconteceu em um bolão… (UOL)

AGENDA
Segunda 29/12: IGP-M (BRA); Índice de evolução do emprego CAGED (BRA)
Terça 30/12: Dívida Bruta/PIB (BRA); Taxa de desemprego (BRA); Atas da reunião do FOMC (EUA)
Quarta 31/12: Ano Novo
Quinta 01/01: Feriado
Sexta 02/01: PMI Industrial (EUA)
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